30 de jun. de 2011

Conselho visita RÁDIO GORGS

No dia 30/06/11, o Conselho Estadual de Alimentação Escolar foi convidado para dar entrevista RÁDIO GORGS - Grande Oriente RS. Estiveram presentes a Presidente do Conselho Berenice Cabreira da Costa, representando a ACPM-Federação, o Conselheiro grão-mestre José Aristides Fermino, representando o ROTARY e a Nutricionista Gabriela Baião pelo Executivo estadual.
Foram tratados assuntos desde a legislação que prevê  a oferta de alimentação escolar à rede pública estadual,  passando pela atuação do Conselho e as condições em que se encontram as escolas, quanto a refeitórios e cozinhas. Um dos focos foi a falta de estrutura física e recursos humanos nas escolas de ensino médio que ainda não tem cozinhas nem refeitório, e consequentemente equipamentos e utensílios para a elaboração dos alimentos. Nas escolas em que o ensino fundamental já recebia a alimentação, a maioria tem condições de atender aos alunos, mas as grandes escolas que atendem apenas ao ensino médio, não estão preparadas, apesar de estarem recebendo os recursos desde 2009. O Conselho aguarda que estes problemas estejam resolvidos até o final de 2011.
A entrevista pode ser acessada no site:    http://www.radiogorgs.org.br/

27 de jun. de 2011

José Graziano precisa recuperar credibilidade da FAO - Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação

Eleito para o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva afirmou nesta segunda-feira (27), em Roma, que irá implantar uma "nova era" na agência de combate à fome. Especialistas ouvidos pelo Sul21 apontam que esta "nova era", no entanto, deve considerar a reestruturação de um organismo que tenta recuperar sua credibilidade.
Considerada um dos organismos internacionais com maior estrutura, orçamento insatisfatório e com impacto significativo nos gastos da ONU, a FAO foi duramente criticada e amargou um descrédito no cenário internacional. Nos últimos três anos, com a abertura para a participação da sociedade no Conselho de Segurança Alimentar da fundação, esta imagem começou a se modificar. A FAO tem quatro mil funcionários e 49 conselheiros de segurança alimentar.
Segundo a professora do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar da Universidade de Brasília (UNB), Elizabetta Recine, a eleição de um brasileiro com a experiência de José Graziano pode contribuir para o avanço dos países que precisam alcançar a meta de desenvolvimento do milênio.  "A estrutura é muito mais complexa do que o alcance do diretor-geral.
José Graziano da Silva coordenou, em 2001, a elaboração do Programa Fome Zero e foi nomeado, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministro extraordinário de Segurança Alimentar e do Combate à Fome. Com a implantação do programa, em cinco anos foram retirados 24 milhões de pessoas da pobreza.
Para o diretor-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Renato Maluf,  "O orçamento é reflexo da administração e da agenda de trabalho de um gestor. Assumindo alguém com o peso político brasileiro, ajudará na mobilização dos recursos necessários. 
Fortalecimento da agricultura familiar
Maluf acredita que José Graziano irá ampliar o fortalecimento da agricultura familiar e do desenvolvimento rural, que ele já propôs quando integrou o Escritório Regional da FAO. Neste sentido, a professora acadêmica Elizabetta Recine também concorda. "A revalorização da agricultura familiar foi importante no Brasil. Por mais que ainda tenha que ter avanços em crédito e acesso à terra, foram feitas coisas importantes como programa de aquisição de alimentos voltado ao pequeno agricultor e alimentação escolar com produtos da agricultura familiar. Isso qualifica a vitória do Brasil na FAO", diz.
Para Renato Maluf, que também é membro do Comitê de Segurança Alimentar da FAO, a gestão de Graziano poderá reforçar a posição do Brasil na OMC e abrir novos espaços políticos. O que seria importante para a virada da agenda das negociações comerciais no setor agrícola pautada apenas pelos interesses do mercado. "A FAO terá que ter capacidade de se impulsionar e tratar de modificar a mercantilização que vemos no G20 e na OMC. A sociedade civil aposta no mecanismo multilateral", avalia.
Desafios do futuro
José Graziano definiu cinco prioridades na sua plataforma de trabalho para a diretoria geral da FAO: combate à fome, estímulo à produção de alimentos para corrigir desequilíbrios, governança global para alimentação e segurança alimentar, reforma do órgão, além do aumento da cooperação Sul-Sul.
Os desafios para desenvolver esta plataforma não são poucos. O planeta tem quase um bilhão de pessoas mundo em situação precária e faminta. O cenário mundial indica o tamanho do desafio que o brasileiro terá a frente da agência de combate à fome.

26 de jun. de 2011

JOSÉ GRAZIANO DA SILVA, novo Diretor-Geral da FAO

 Graziano da Silva: um diretor-geral de FAO para todos os países
Roma, Itália. 26 de junho de 2011 - José Graziano da Silva foi eleito hoje ao cargo de Diretor-Geral da FAO - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO, ao receber um total de 92 votos dos 180 emitidos no segundo turno.
"A partir de agora não sou um candidato brasileiro, mas o Diretor-Geral eleito de todos os países", Graziano da Silva afirmou, emocionado, num rápido discurso à 37ª Sessão da Conferência da FAO depois da votação.
Graziano da Silva assumirá o cargo de Diretor-Geral no dia 1º de janeiro de 2012.
O Diretor-Geral eleito reafirmou seu compromisso com a erradicação da fome no mundo e citou Betinho, lembrando que "quem tem fome tem pressa".
Graziano da Silva explicou que essa foi a razão porque insistiu, durante toda a campanha, na necessidade de chegar a consensos e acordos que permitam avançar mais rapidamente rumo à erradicação da fome.
Ele também comparou os esforços contra a fome com a erradicação da peste bovina, feito histórico que se celebra esta semana em Roma.
"Teríamos alguma coisa a comemorar se o objetivo proposto tivesse sido reduzir a peste bovina à metade?" perguntou o candidato.
Graziano da Silva também agradeceu ao Governo do Brasil por ter proposto seu nome e aos países que apoiaram a candidatura na América Latina e Caribe, África e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o G-77 que se uniu em torno de seu nome no segundo turno.
Afirmando que esta não foi uma eleição do Norte contra o Sul, mas um exercício democrático legítimo, Graziano da Silva também felicitou a seus adversários na disputa – o austríaco Franz Fischler, o espanhol Miguel Ángel Moratinos Cuyaubé, o indonésio Indroyono Soesilo, o iraniano Mohammad Saeid Noori Naeini y o iraquiano Abdul Latif Rashid – e revelou que já havia contatado-os individualmente com o objetivo de pedir seu apoio no trabalho que terá pela frente.
O Diretor-Geral eleito também agradeceu aos que "não votaram": os funcionários da FAO e a sociedade civil que é "tão importante na luta contra a fome".  
Foto: FAO/Giulio Napolitano