15 de jul. de 2011

Agricultura, Pecuária e Agronegócio

Foto destaque Agroind Familiar promove debates técnicos
O debate sobre agricultura  orgânica levou mais de uma centena de pessoas ao auditório
Além de feira de máquinas, equipamentos, produtos e serviços, a segunda edição da Agroind Familiar - que acontece até domingo (17), em Lajeado - abre espaço também para debates sobre temas técnicos ligados ao setor. Nesta sexta-feira (15), os eventos vão de audiência pública sobre a legislação das agroindústrias a seminário sobre sucessão na propriedade familiar. Na quinta-feira (14), a pauta incluiu seminários sobre programas municipais de agroindústrias familiares e produção de alimentos orgânicos.
O debate sobre agricultura orgânica levou mais de uma centena de pessoas ao auditório da Agroind, entre as quais representantes de instituições como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Emater/RS-Ascar, Secretaria de Desenvolvimento Rural e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, produtores de orgânicos e agricultores convencionais com intenção de aderir a este tipo de cultivo.
Os orgânicos têm registrado sucessivos crescimentos anuais em produção e preferência entre a população - entre 2008 e 2009 o faturamento anual deste tipo de produto aumentou 5%, segundo o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutor em Agronegócio, Glauco Schultz.
O diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus, explicou que o Estado tem um papel ativo como regulador e incentivador do desenvolvimento dos sistemas orgânicos de produção. Políticas públicas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) são ferramentas de "incentivo à criação de circuitos curtos de produção e comercialização, nos quais a produção orgânica de alimentos tem espaço para crescimento", frisou."Buscamos alcançar patamares crescentes de sustentabilidade na forma de manejo dos agroecossistema, com base nos princípios da Agroecologia", destacou Paulus. Entre os desafios para atingir esta meta estão a mobilização de técnicos e produtores para viabilizarem a adequação dos sistemas produtivos. "Para trabalharmos com Agroecologia, precisamos ter sensibilidade social e disposição para rever conceitos", afirmou.
O Seminário contou ainda com apresentação do coordenador de orgânicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de Santa Catarina, Eduardo Amaral, que falou sobre procedimentos de certificação, com ênfase no Sistema Participativo de Garantia (SPG). Esta metodologia permite que grupos organizados, formal ou informalmente, sejam credenciados como Organizações Participativas de Avaliação de Conformidade (Opac), responsáveis por afirmar a qualidade ecológica dos produtos - é o caso da Rede Ecovida, da qual fazem parte 3.197 famílias do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Texto e foto: Patrícia Strelow